Não interrompidas
Assim como muita gente, sentimos a angústia destes tempos pelos quais passamos. Junto com o sentimento, uma vontade grande de fazer alguma coisa. E fazer alguma coisa não apenas para tentar resolver a situação, mas para manter a sanidade, para não nos isolarmos, para nos mantermos conectados com pessoas afins.
Tenho buscado esse abraço através dos livros. Mais do que a leitura deles, a sua feitura, a participação em atividades relacionadas a eles, conhecer e conversar com pessoas que valorizem a troca de ideias, que tenham algo relevante a dizer.
Com a experiência adquirida nessa busca, expandi um pouco mais a minha história como escritora e aprendi um pouco mais como editora. Tem sido maravilhoso, e esta é a razão pela qual quis dividir essa vivência com outras mulheres, e este é o motivo desta obra.
As mulheres aqui presentes foram algumas das que pensei na hora de editar um livro sobre o universo feminino expandido e fora de clichês. Fui pinçando aquelas mulheres que admiro, que têm assuntos interessantes para compartilhar com o mundo sobre suas experiências pessoais e/ou profissionais. São mulheres que considero inteligentes, preparadas, sábias e revestidas de poder. Nada disso tem a ver com idade, porque neste livro você vai ver o esplendor da maturidade e o frescor da juventude lado a lado. Entre elas, artistas consagradas e estreantes nas letras. Como queria ouvir quem luta, quem sofre, quem resiste, invoco essas mulheres incríveis para me ajudar nessa empreitada.
Em Vozes Femininas Não Interrompidas, você encontra as reflexões delas sobre o atual contexto político, de relacionamentos, de sobrevivência, de crescimento, enfim, da vida em si. A proposta foi exercitar o pensar e o sentir com mais espaço, tempo de fruição e permanência do que nas redes sociais, furando a bolha dos nossos próprios contatos. Queremos fazer a energia do nosso aprendizado de vida circular.
O que estas mulheres têm para dizer quando não são interrompidas?
Como nos disse Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”. Portanto, estas Vozes Femininas Não Interrompidas são, no final das contas, um manifesto de liberdade.
Março de 2020
Carla Cintia Conteiro
AUTORAS
Adreana Cabral • Adriana Barreiros • Aparecida Silvino • Carla Cintia Conteiro • Carla Ferreira • Claudia Mello Gonçalves • Claudia Almeida • Cristina Portella • Danny Reis • Dorina Guimaraes • Eliana Alves Cruz • Esperança Maria • Fabiola Machado • Gabriela Brabo • Gabriela Faccioli • Juliana Carmínia • Luana Rodriges • Luciana Oliveira • Marianna Leporace • Michele Silva • Natália Pinheiro • Priscila Conteiro
Adreana Cabral
Apresento-me como carioca, mas nasci em Três Rios, RJ. Mãe, avó, terceira das 4 filhas de Luiz e Wanda, 53 anos, 30 deles morando no Rio. Minha primeira incursão literária foi aos 13, num concurso de trovas em que recebi a 3ª colocação entre adultos e parei. Sagitário ascendente Leão, meu mapa também diz que tenho um aspecto favorável para escrever. Por isso estou aqui.
Adriana Barreiros
Nasci na cidade do Rio de Janeiro em 1 de outubro 1967 e trouxe minha carioquice para Rio das Ostras, onde resido desde 2011 e sigo minha carreira como professora e tradutora. Em breve, meu lar será o mar.
Nasci em Fortaleza, Ceará, Nordeste do Brasil, viajei e morei em um bocado de lugar bom, dentro e fora do Brasil. Hoje estou cantora, compositora, pianista, lancei alguns CDs, faço shows, rejo corais e trabalho com uma porção de gente bonita no Centro Cultural Canto da Apá, em Fortaleza. A Apá sou eu.
Mulher negra, carioca de Campo Grande. Escritora, Editora, Tradutora, Bacharel em Ciências da Computação, trabalha com Marketing Digital. Quatro livros publicados no Brasil, dois na França, está em várias coletâneas. Vencedora do Concurso Internacional de Literatura da UBE 2010, do Prêmio de Literatura Contemporânea do Clube de Autores 2012 e finalista do Prêmio SESC de Literatura 2010.
Carioca, canceriana de 1976, mãe do idealista Yann e da determinada Yris, cristaloterapeuta, mestre em reiki, trabalhadora na umbanda, professora de Educação Física do ensino fundamental e médio no Município e no Estado do Rio de Janeiro, professora de xadrez no Projeto Heróis do Tabuleiro e Coordenadora do Projeto Educação Física Sustentável para alunos do ensino fundamental em Campo Grande. Pós-graduada (Lato Sensu) em Educação Física e Cotidiano Escolar. Cursando atualmente a especialização em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
Chegou ao mundo em um sábado no final do inverno de 1967, no Rio de Janeiro, com esta intensa vontade de ver a vida florir com o retorno do sol. Cresceu pouco, amadureceu muito, amou até além da conta! Saiu do litoral e foi morar nas montanhas. Plantou árvores, fez um filho e precisa escrever tanto quanto respirar. Jornalista, terapeuta, funcionária pública, alquimista. Faz tanta coisa que já perdeu a conta!
Sou carioca da gema, nascida de uma família humilde da qual tenho muito orgulho. Graças ao esforço dos meus pais, me transformei hoje na pessoa que sou. Me considero uma mulher forte e batalhadora e tenho certeza de que tudo que vivi foi para o meu crescimento. Amadureci? Sim, mais não perdi a alegria de viver, de me encantar com a beleza da vida, com as pequenas coisas e acreditar que dentro de todo ser humano, existe uma pedra bruta pronta para ser lapidada e transformada num lindo diamante.
Nascida no Rio de Janeiro e criada no Cachambi, Zona Norte carioca, tive a sorte de estudar a vida toda em instituições públicas. Me formei em Comunicação Social (Publicidade) pela UFRJ, e a vida me trouxe para o Design Gráfico. Trabalhei muitos anos para a indústria da música, estudei estamparia e adoro as artes. Agora sou servidora pública na área de Educação à Distância, me especializei em Divulgação Científica (COC-Fiocruz) e me dedico à proteção ambiental.
Tijucana de nascimento, crescida e criada na Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. Cantora, formada em Comunicação, pós-graduada em tradução de espanhol, trabalha como redatora, revisora e preparadora de textos, além de tradutora. Amante das palavras, das artes e da cultura popular, vive flertando com a música e com o teatro, mas jura que, se fosse casar, só o faria com um bom livro.
Dorina é cantora de samba com mais de 9 Cds e 2 DVDs, além de participações em vários outros como o de Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Almir Guineto.
Nasceu em 1959 no subúrbio carioca de Irajá, de uma familia de 11 irmãos. Aprendeu cedo a negociar, já que a casa só tinha um banheiro. Desde de muito nova gostava de ler. Sua Mãe tinha coleções de livros de autores como Jorge Amado, Ariano, Rubem Fonseca, que passaram por suas mãos. Hoje, ela se dedica mais ao ato de escrever, embora ainda viva as ruas com o samba e o Carnaval.
Eliana Alves Cruz é jornalista, carioca, mãe de Jorge e Julia, autora em diversas antologias e dos romances Água de barrela e O crime do cais do Valongo. O primeiro, ganhador do I Prêmio Oliveira Silveira de Literatura da Fundação Cultural Palmares e Menção Honrosa no Prêmio Thomas Skidmore, do Arquivo Nacional e da Brown University. O segundo, escolhido entre os melhores de 2018 pelos críticos de O Globo e semifinalista do Prêmio Oceanos 2019.
Esperança Maria
Nasceu em na zona rural de Ipiaú – BA e reside atualmente na cidade do Rio de Janeiro. É Defensora Pública do Estado do Rio de Janeiro, onde trabalha na Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, também exercendo a função de conselheira do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente e membro do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente.
Mãe dos gêmeos, candomblecista, Ekeji, Cantora, escritora e especialista de rede de telecomunicações com MBA em serviços de Telecom na UFF. Canta e Produz o Moça Prosa desde 2012, em sua formação.Em 2017 idealizou um show em memória aos 30 anos sem Clementina de Jesus, “Piseiros de Clementina”. Também é cantora do grupo Awurê. Desde 2012, vem participando de eventos importantes relacionados a música e ao espaço da mulher na cidade do Rio de janeiro.
Nasci sob o signo de aquário, na cidade de Muaná, na ilha do Marajó, Pará. Vim de uma família numerosa e afetuosa. Passei minha infância subindo em árvores frutíferas, tomando banho de rio, lendo livros de história, brincando entre irmãos, cantando em família. A infância feliz que tive foi a base para ser a pessoa feliz que sou. Mulher. Cantora. Psicóloga. Professora. Poeta.
Juliana Carmínia
Psicóloga, socióloga, professora e especialista em Gênero e Sexualidade. Feminista, integrante da esquerda festiva, ”cervejófila”, noveleira, adora samba. Gorda, suburbana e bem canceriana. Ou seja, ama sua família entendendo família como todos aqueles que são tangenciados pelos afetos e não, obrigatoriamente, o sangue. Mãe de uma estrela, Luiza. Sonha com um mundo sem desigualdades, sem opressões, sem injustiças, um mundo livre de amarras, um mundo que não deve chegar tão cedo. Enquanto isso, luta para que esse mundo exista ou que o atual / real se torne mais próximo do ideal e mais rápido possível.
Nascida em São João de Meriti/ RJ, morou dos 6 aos 19 anos em Cachoeiro de Itapemirim/ES e voltou ao Rio, em 2003, para cursar Letras, na UFRJ. Deste ponto, começou a construir sua real identidade e hoje ocupa o lugar de fala de mulher preta, professora, mestre em Letras, compositora, percussionista do grupo Moça Prosa e mãe do Inácio.
Cantora e produtora. Lançou doze álbuns, entre projetos solo e em grupo. Integra os grupos Folia de 3 e OuroBa. É sócia da Zênitha Produções, que tem como principais focos hoje: o coletivo “Meu Caro Amigo Chico Buarque”, que se dedica a homenagear o autor em grandes shows; o Brazilian Baltic Festival, o primeiro festival de música brasileira na região do Báltico (Letônia) e seus projetos de carreira.
Nascida em Olaria e criada em Lins de Vasconcelos, bairros da zona norte do Rio de Janeiro, tenho 31 anos de raiz, construção e compreensão nesse lugar. Sou bacharel em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela UFRJ e caminho com uma pós-graduação em Gestão Cultural pela Cândido Mendes. Minhas motivações são bibliotecas abertas e com pessoas usufruindo delas, de forma democrática, justa.
Carioca de Jacarepaguá, escorpiana, nascida numa sexta-feira 13 de lua cheia, botafoguense e sambista. Funcionária pública e médica veterinária pós-graduada em Diagnóstico por Imagem com atuação na área de ultrassonografia nos principais centros de diagnóstico veterinário do Rio de Janeiro. Apaixonada por gatos, cheiro de mato e carnaval.